O papa recebeu hoje os participantes na conferência internacional "Unidos para curar - Uma iniciativa global de saúde", organizada pelo Conselho Pontifício da Cultura, tendo alertado para os riscos causados por maus hábitos na saúde.
«Estamos cada vez mais conscientes de que muitos males podem ser evitados se maior atenção for dada ao estilo de vida que adotamos e à cultura que promovemos», declarou Francisco que tinha diante de si uma plateia composta por nomes conhecidos da arte e do espetáculo, como Katy Perry e Peter Gabriel.
A prevenção implica procurar «uma cultura de equilíbrio, cujos fatores essenciais - educação, atividade física, alimentação, proteção do meio ambiente, observância dos “códigos de saúde” derivados das práticas religiosas, diagnósticos oportunos e precisos e tantos outros - podem ajudar a viver melhor, com menos riscos à saúde».
«Isto é ainda mais importante quando pensamos nas crianças e nos jovens, que estão cada vez mais expostos aos riscos de doenças ligadas às mudanças radicais da civilização moderna. Basta refletir sobre o impacto que têm na saúde humana o fumo, o álcool ou as substâncias tóxicas libertadas no ar, na água e no solo», apontou.
Francisco acentuou que «uma alta percentagem de tumores e outros problemas de saúde nos adultos poderia ser evitada através da adoção de medidas preventivas durante a infância», urgindo por isso «difundir uma maior sensibilidade entre todos para uma cultura de prevenção como o primeiro passo para a salvaguarda da saúde».
Diante de uma audiência formada por «representantes de culturas, sociedades e religiões diferentes que empreendem um percurso comum de reflexão e compromisso em favor de quem sofre», o papa expressou satisfação por «a pessoa humana ser ponto de encontro e "lugar" de unidade».
Reafirmando a convicção de que a Igreja se deve abrir às boas vontades, mesmo que distantes da fé cristã ou da crença em Deus, Francisco vincou que «perante o problema do sofrimento humano é necessário saber criar sinergias entre pessoas e instituições, inclusive superando os preconceitos».
Depois de elogiar «o grande esforço da investigação científica na descoberta e difusão de novas curas, o papa recordou que, para a Igreja, «um dos princípios fundamentais é que "nem tudo o que é tecnicamente possível ou realizável é, por isso mesmo, eticamente aceitável».
«A ciência, como qualquer outra atividade humana, sabe que tem limites a respeitar para o bem da própria humanidade, e necessita de um sentido de responsabilidade ética. A verdadeira medida do progresso, como lembrava o Beato Paulo VI, é aquela que olha para o bem de cada homem e de todo o homem», acrescentou.
Depois de se referir à proteção do meio ambiente como um dos componentes que promovem uma vida saudável, Francisco chamou a atenção para as pessoas «que enfrentam dificuldades sociais e culturais que põem em perigo tanto a saúde quanto o acesso a cuidados adequados».
«Pensar no futuro significa, portanto, empreender um itinerário marcado por um duplo movimento. O primeiro, ancorado numa reflexão interdisciplinar aberta que envolva múltiplos especialistas e instituições, e permita uma troca recíproca de conhecimento; o segundo é constituído por ações concretas em favor de quem sofre», declarou.
