A editora Cristiandad lança hoje, em Madrid, a edição espanhola do livro “O papa Francisco responde – Todas as suas entrevistas e conferências de imprensa”, coordenado por Giovanni María Vian, diretor do jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”.
Originalmente publicada em Itália pela editora Marsilio, a obra de 511 páginas é prefaciada pelo jornalista espanhol Antonio Pelayo, para quem a análise da pessoa e obra do papa «não pode prescindir» dos textos agora reunidos.
«Seria prova de grave inconsciência classificar o que o papa diz em tais circunstâncias como a opinião privada da qual se pode dissentir sem demasiadas preocupações. Ou, pior ainda, mutilar o seu pensamento para o adaptar aos nossos esquemas», lê-se na introdução.
A editora realça que o livro oferece «uma forma fácil de aceder ao pensamento do pontífice sobre temas de atualidade e debate na Igreja, como a pobreza, a imigração, o papel da família na sociedade contemporânea ou o aborto, entre muitos outros».
As entrevistas e conferências de imprensa «confirmam o carácter e o pensamento de um jesuíta que se reconhece pecador mas “artesanalmente modelado pela misericórdia do Senhor”, e que tem a sensação de o seu pontificado, por motivos de idade, “vai ser breve”».
«A heterogeneidade das 31 entrevistas» impossibilita «um resumo geral dos conteúdos», adianta a editora, acrescentando que o «formato “espontâneo” das conversas e a profundidade humana e teológica das considerações do Santo Padre» permitem classificar o livro como um «poderoso recurso da “nova evangelização”».
«Não há dúvida de que muitos dos conteúdos essenciais da doutrina católica adquirem uma nova perspetiva de insuspeitada proximidade e clareza na boca do papa Francisco, extraordinário comunicador e criador de processos, porque talvez a teologia que emana das periferias (“a realidade vê-se melhor a partir da periferia do que do centro”, afirma) não cabe nas bibliotecas nem nos doutoramentos», acrescenta o texto de apresentação do livro.
A editora Marsilio recorda que a primeira entrevista a um papa remonta a 1892, com Leão XIII, passando-se 70 anos até ao registo da que foi feita, em 1965, pelo Beato Paulo VI, que ao ser o primeiro pontífice a viajar para vários locais do globo, começou a encontrar os jornalistas nos voos papais.
Rui Jorge Martins