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«É mais fácil a indiferença do que a compreensão da diferença», diz presidente do Centro Nacional de Cultura

Imagem Guilherme d'Oliveira Martins | 11.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura | Fátima, 29.5.2015 | D.R.

«É mais fácil a indiferença do que a compreensão da diferença», diz presidente do Centro Nacional de Cultura

O presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d'Oliveira Martins, afirmou hoje, em Fátima, que atualmente «é mais fácil a indiferença do que a compreensão da diferença».

Património, herança e memória constituíram os eixos da intervenção que proferiu na 11.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, que debate o tema "Tempo de cultura, tempo de família".

Guilherme d'Oliveira Martins preconizou o «diálogo entre culturas» e «preservação da [sua] diversidade», o que não significa nem «uma lógica informe e sem distinções» nem «um sincretismo».

A intervenção centrou-se depois na multiplicidade dos agregados familiares e das dificuldades concretas que colocam: «Nem tudo são rosas; pelo contrário; se olharmos em volta veremos que a família não é uma abstração».

«A família, para ser compreendida, tem de o ser a partir da sua realidade concreta, da conflitualidade, dos problemas, das angústias», vincou, acrescentando três questionamentos: «Por que razão chegámos à taxa de natalidade que hoje temos?»; «onde está a conciliação familiar?»; «onde está a compreensão do papel da mulher na educação?»

Após mencionar a alegria que está a viver com o nascimento, há um mês, da sua oitava neta, Guilherme d'Oliveira Martins realçou que «a família é uma realidade de geometria variável» que «coloca muitas dificuldades», nomeadamente nas injustiças que se verificam no universo laboral.

«Como contrariamos as baixas taxas de natalidade? Como contrariamos a discriminação das mulheres por causa da natalidade?», interrogou, antes de vincar que «a mulher não pode ser interrogada, na entrevista de emprego, se pretende ou não ter filhos».

A par da discriminação entre mulher em idade fértil e o homem, que é «ilegítima», coloca-se a necessidade da «conciliação de horários»: «Estamos no cerne da cultura», declarou, acrescentando que este problema «não se soluciona com declarações ou boas intenções, mas com medidas concretas».

Para Guilherme d'Oliveira Martins, muitas famílias «não assumem a sua quota-parte» na educação: «Ai de nós se não cuidarmos deste triângulo fundamental que é escola, família e comunidade».

O antigo deputado e ex-ministro da Educação, Finanças e Presidência defendeu a «maternidade e paternidade responsável»: «O princípio fundamental não é definir o número, mas ser responsável em relação aos filhos que se têm».

Guilherme d'Oliveira Martins acentuou, ainda, que «a austeridade é momentânea, enquanto que a sobriedade é permanente», salientando que «o bem fundamental de uma sociedade não são os recursos materiais, mas as capacidades humanas».

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 29.05.2015 | Atualizado em 22.04.2023

 

 
Imagem Guilherme d'Oliveira Martins | 11.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura | Fátima, 29.5.2015 | D.R.
«Por que razão chegámos à taxa de natalidade que hoje temos?»; «onde está a conciliação familiar?»; «onde está a compreensão do papel da mulher na educação?»
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