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Jubileu dos Sem-abrigo: Para todos os que passam fome e não têm onde reclinar a cabeça

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Jubileu dos Sem-abrigo: Para todos os que passam fome e não têm onde reclinar a cabeça

Não sabemos quantas pessoas dormem a cada dia nas estradas de toda a Europa. Os especialistas estimam que serão pelo menos 400 mil. Pessoas que perderam tudo ou que nunca tiveram muito.

Os descartados desta economia acabam no último degrau da escala social por diferentes motivos, muitas vezes entreligados: uma doença mental, a dependência de drogas, um divórcio, a perda de emprego, o jogo.

Os invisíveis são muitas vezes cidadãos europeus sem cidadania, que as redes dos nossos sistemas de segurança social não conseguem abranger e que têm baixa escolaridade e pouca proteção. E, portanto, pouquíssimas possibilidades de sair do círculo vicioso da vida às margens a partir das suas próprias forças. Têm necessidade de ajuda, de apoio, de confiança para recomeçar, ainda que tantas vezes a política os trate como descartáveis.

A este povo sem nome e sem rosto tem vindo a ser acrescentado, desde há alguns anos, o fluxo de mulheres, crianças e homens que, das rotas balcânicas e do Mediterrâneo central e oriental, atravessam os novos muros da Europa.

O papa, que anunciou o Jubileu da Misericórdia, quis que nele participassem também os invisíveis. A 11 de novembro, dia de S. Martinho, receberá milhares de pessoas sem morada fixa, que viveram ou ainda vivem na estrada.

S. Martinho deu metade do seu manto a um pedinte, quando ainda era pagão e soldado do Império Romano; desse encontro brotou a sua conversão. Francisco, recordava a Rádio Vaticano, «dá muitas vezes aos Chefes de Estado e de Governo uma medalha que retrata o gesto do santo, para recordar a necessidade de promover os direitos e a dignidade dos pobres».

O Jubileu dos Sem-abrigo, que terá o seu auge no dia 13 de novembro, novembro, quando eles participarem na missa presidida pelo papa na basílica de S. Pedro, tem pelo menos dois grandes significados.

Em primeiro lugar, Francisco recorda à Igreja e ao mundo o papel central dos últimos, como já fez diversas vezes – por exemplo, abrindo a Porta Santa da caridade no dormitório da Cáritas de Roma, em dezembro, e acolhendo em alguns espaços da colunata de Bernini, na Praça de S. Pedro, os sem-abrigo que vivem em torno do Vaticano.

Depois, lembra certos políticos de que não deve ser instigada a guerra entre pobres por um punhado de votos a mais porque não deve existir, para a comunidade cristã e para a civil, qualquer diferença de nacionalidade entre aqueles que têm fome e não têm onde reclinar a cabeça. O povo da estrada, pelo menos esse, não tem passaportes.

 

Paolo Lambruschi
in "Avvenire"
Trad.: Rui Jorge Martins
Publicado em 03.05.2016 | Atualizado em 22.04.2023

 

 
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O papa lembra certos políticos de que não deve ser instigada a guerra entre pobres por um punhado de votos a mais porque não deve existir, para a comunidade cristã e para a civil, qualquer diferença de nacionalidade entre aqueles que têm fome e não têm onde reclinar a cabeça
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