Nascido em Oslo no ano de 1978. Ola Gjeilo estudou no Royal College of Music de Londres e obteve grau académico em Composição Clássica na Juilliard School de Nova Iorque, onde atualmente vive e trabalha.
A sua produção é maioritariamente dirigida ao repertório coral, quer sagrado quer profano, atravessando linguagens que representa uma eficaz mescla entre idiomas pertencentes ao mundo clássico, ao jazz e à música para cinema.
Na sequência do sucesso obtido com o disco "Northern lights", nomeado em 2012 o melhor álbum vocal clássico na rede iTunes, o artista norueguês publicou recentemente, para a etiqueta Decca, um CD dedicado a algumas obras centrais que oferecem uma abertura grande angular sobre o desenvolvimento da sua trajetória criativa.
Sentado ao piano e acompanhado pela Orquestra de Câmara de Londres, Gjeilo confia o coração dos seus trabalhos aos cantores dos reconhecidos conjuntos Tenebrae e Voces8, revelando um gosto musical e princípios inspiradores de ascendência norte-americana e, sobretudo, de raiz britânica.
«Desejei sempre que a minha música chegasse e tocasse no profundo da alma o maior número possível de pessoas, sem por isso ser superficial ou sentimental, mas de uma forma séria e edificante», declarou o compositor.
Estão assim perfeitamente enquadrados o minimalismo das improvisações ao piano sobre as harmonias "a cappella" do inicial "Ubi caitas", as novas reelaborações de movimentos da missa "Sunrise", o sucesso "Northern lights" (sobre textos extraídos do Cântico de Salomão) ou ainda a força impactante do trecho "Serenity" ("O magnum misterium").
Todas estas faixas resultam de uma vocação à simplicidade que se traduz num estilo caracterizado por fresca invenção melódica, pesquisa tímbrica e imediatez expressiva, para bandas sonoras com uma evidente conotação "visiva".
O conjunto Tenebrae foi um dos vencedores da edição de 2016 dos prémios atribuídos pela revista britânica BBC Music Magazine, pela gravação de motetes de Brahms e Bruckner, depois de já ter recebido o mesmo galardão pela Missa "Victoria Requiem, 1605".
Andrea Milanesi