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Imaculada Conceição, Fátima, Porta Santa e Francisco: Gestos, palavras e símbolos de misericórdia

Imaculada Conceição, Fátima, Porta Santa e Francisco: Gestos, palavras e símbolos de misericórdia

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«Sabemos com certeza que nunca se fecha a porta da tua clemência para aqueles que creem no teu amor e proclamam a tua misericórdia»: foi com estas palavras, dirigidas a Deus, que o papa S. João Paulo II fechou pela última vez a Porta Santa da basílica de S. Pedro, a 6 de janeiro de 2001, na conclusão do Jubileu do ano 2000.

Mais de 14 anos depois, a Porta Santa voltou a abrir-se, desta vez com o papa Francisco, seguido pelo papa emérito Bento XVI. Os símbolos falam claro: não há Jubileu sem porta, que indica a separação entre pecado e graça. Quem a passa, purifica-se.

O anjo às portas do Paraíso é o primeiro dos 16 painéis, seguindo-se e a queda de Adão e Eva, o único com referência ao Antigo Testamento. Seguem-se a anunciação a Maria, o anjo da anunciação, o Batismo de Cristo, as parábolas da ovelha perdida e do pai misericordioso, e a cura do paralítico.

A mulher pecadora, a necessidade de perdão, a negação de Pedro, Jesus na cruz, a aparição do Ressuscitado e S. Tomé e aos discípulos e a conversão de Saulo constituem os restantes painéis bíblicos. O último representa a abertura da Porta Santa.

«Entrar por aquela Porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um. É Ele que nos procura, Ele que nos vem ao encontro. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia», afirmou hoje Francisco, na missa durante a qual procedeu à abertura da Porta Santa da basílica petrina.

«Que grande injustiça fazemos a Deus e à sua graça, quando se afirma, em primeiro lugar, que os pecados são punidos pelo seu julgamento, sem antepor, diversamente, que são perdoados pela sua misericórdia! E assim é verdadeiramente. Devemos antepor a misericórdia ao julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus será sempre feito à luz da sua misericórdia. Por isso, oxalá o cruzamento da Porta Santa nos faça sentir participantes deste mistério de amor, de ternura. Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem é amado; vivamos, antes, a alegria do encontro com a graça que tudo transforma», acentuou.

Após a celebração, Francisco rezou a oração mariana do Angelus, precedida de uma alocução em que evocou a Imaculada Conceição da Virgem Maria, que se assinala liturgicamente esta terça-feira, 8 de dezembro.

«[A solenidade] tem uma mensagem específica a comunicar-nos: recorda-nos que na nossa vida tudo é dom, tudo é misericórdia», frisou o papa, acrescentando que «não se pode entender um verdadeiro cristão que não seja misericordioso, como não se pode entender Deus sem a sua misericórdia.»

«Esta é a palavra-síntese do Evangelho: misericórdia. É o traço fundamental do rosto de Cristo; aquele rosto que nós reconhecemos nos diversos aspetos da sua existência: quando vai ao encontro de todos, quando cura os doentes, quando se senta à mesa com os pecadores, e sobretudo quando, pregado na cruz, perdoa; ali nós vemos o rosto da misericórdia divina. Não tenhamos medo: deixemo-nos abraçar pela misericórdia de Deus que nos espera e tudo perdoa. Nada é mais doce do que a sua misericórdia», assinalou.

 




Durante a tarde, Francisco realizou o ato de veneração à Imaculada na Praça de Roma, em Itália, prosseguindo a tradição papal que concretiza este gesto a 8 de dezembro.

«Sob o teu manto há lugar para todos,/ porque tu és a Mãe da Misericórdia./ O teu coração está cheio de ternura para todos os teus filhos:/ a ternura de Deus, que de ti se fez carne/ e se tornou nosso irmão, Jesus,/ Salvador de todo o homem e de toda a mulher./ Olhando-te, Mãe nossa Imaculada,/ reconhecemos a vitória da divina misericórdia/ sobre o pecado e sobre todas as suas consequências;/ e reacende-se em nós a esperança numa vida melhor,/ livre da escravidão, rancores e medo», disse o papa na oração.

 




No Santuário de Fátima, a imagem da Virgem saiu esta terça-feira da capelinha das Aparições e, em procissão, foi encaminhada para a Porta Santa da basílica da Santíssima Trindade, aberta pelo bispo diocesano.

«Abri as portas da justiça, nelas entraremos para dar graças ao Senhor. Esta é a porta do Senhor: por ela entramos para alcançar misericórdia e perdão»: foram estas as palavras proferidas por D. António Marto, antes de abrir a porta de S. Tomé, apóstolo mencionado no Evangelho do domingo da misericórdia, que se celebra logo após a Páscoa.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 08.12.2015 | Atualizado em 24.04.2023

 

 
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