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«Há uma economia que mata?»: Jornadas de Teologia reúnem teólogos e economistas

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«Há uma economia que mata?»: Jornadas de Teologia reúnem teólogos e economistas

Há uma economia que mata? - a esta inquietação procurarão responder Manuel Carvalho da Silva, ex-secretário-geral da central sindical CGTP-IN, e o espanhol Marciano Vidal, durante as próximas Jornadas da Faculdade de Teologia da Universidade Católica (Porto).

Ao sociólogo e ao teólogo moral juntam-se especialistas de doutrina social da Igreja e de ciência económica, que de 2 a 5 de fevereiro de 2015 se centram no n.º 53 da exortação apostólica "A alegria do Evangelho", do papa Francisco, revela a edição de hoje do jornal "Voz Portucalense".

A iniciativa, organizada pelas faculdade de Teologia e de Economia e Gestão, destina-se não só aos estudantes, como também à formação permanente do clero, adianta o semanário da diocese portuense.

Do campo da teologia marcam presença de D. Manuel Linda, bispo das Forças Armadas e de segurança, e os padres Arnaldo de Pinho, José Manuel Pereira de Almeida e Jorge Cunha, enquanto da área da economia participam Alberto de Castro, Álvaro Nascimento, Sofia Salgado, Nuno Ornelas Martins, José Manuel Moreira e Américo Mendes.

As jornadas, que contam com o envolvimento da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) e da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC), terminam com uma missa presidida pelo bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos.

«Assim como o mandamento "não matar" põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana, assim também hoje devemos dizer "não a uma economia da exclusão e da desigualdade social". Esta economia mata. Não é possível que a morte por enregelamento dum idoso sem abrigo não seja notícia, enquanto o é a descida de dois pontos na Bolsa. Isto é exclusão. Não se pode tolerar mais o facto de se lançar comida no lixo, quando há pessoas que passam fome. Isto é desigualdade social», vinca o papa no n.º 53 da exortação "A alegria do Evangelho".

O mesmo número acentua que «tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco. Em consequência desta situação, grandes massas da população veem-se excluídas e marginalizadas: sem trabalho, sem perspectivas, num beco sem saída. O ser humano é considerado, em si mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e depois lançar fora. Assim teve início a cultura do "descartável", que aliás chega a ser promovida. Já não se trata simplesmente do fenómeno de exploração e opressão, mas duma realidade nova: com a exclusão, fere-se, na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive nas favelas, na periferia ou sem poder já não está nela, mas fora. Os excluídos não são "explorados", mas resíduos, "sobras"».

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 03.12.2014 | Atualizado em 24.04.2023

 

 

 
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«Assim como o mandamento "não matar" põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana, assim também hoje devemos dizer "não a uma economia da exclusão e da desigualdade social". Esta economia mata»
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