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Erro ou sucesso não interessam, o que importa é a quem se pertence

Imagem Exortação aos apóstolos (det.) | James Tissot | Brooklyn Museum, Nova Iorque, EUA

Erro ou sucesso não interessam, o que importa é a quem se pertence

Naqueles dias, Jesus subiu ao monte para rezar e passou a noite em oração a Deus. Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos: Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota; Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor. Depois desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano, com numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia. Tinham vindo para ouvir Jesus e serem curados das suas doenças. Os que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados. Toda a multidão procurava tocar Jesus, porque saía d’Ele uma força que a todos sarava. (Lucas 6, 12-19, Evangelho de 6.9.2016)

Jesus mostra que a oração é a fonte do discernimento. No diálogo com Deus Pai, ao longo de toda uma noite, deixa que seja o Espírito Santo a iluminar a escolha daqueles que se tornarão os seus apóstolos.

A comunidade é o lugar preferencial para procurar viver o Evangelho. Jesus dirá: «Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mateus 18, 20). É graças à presença real de Jesus, para nós hoje, na fé, que um grupo de homens tão diferentes podem viver juntos.

Jesus escolhe um pequeno grupo cujo número é simbólico: doze era o número de tribos de Israel. Escolhe-os para os formar e enviar.

Porque escolhe Ele precisamente estes discípulos? Não porque sejam melhores do que outros mas porque intui que podem empreender um caminho de humanização e realizar a primeira evangelização: harmonizar as luzes e as trevas do próprio coração. Só a partir daí é que nos poderemos tornar missionários e anunciar o Evangelho com a própria vida.

As condições para este seguimento são o deixar-se trabalhar pela força do Espírito Santo, abandonar as ideologias (a imagem de um Messias real que reine sobre a Terra), rejeitar o fundamentalismo que divide o mundo em bons e maus, combater o inexorável instinto de conservação que é fonte de prepotência ou de medo (o próprio Pedro, na hora da Paixão, trairá Jesus).

Neste ensinamento os discípulos aprenderão a reconhecer-se imperfeitos, cairão muitas vezes, mas a maior parte deles aprenderá a ter fé, ou seja, a confiar em Jesus, e já não nas próprias forças.

Cada um de nós é um chamado por Cristo: é alguém que funda a própria existência naquela voz que ouviu pronunciar o próprio nome e convidou: «Segue-me!»; é alguém que avança a tatear nesta vida mas tem a meta clara. Aquele que nos chamou espera-nos de braços abertos no Reino dos Céus (cf. Mateus 11, 28).

Permanece um chamado diante da hostilidade do mundo. As perseguições, a doença não poderão eliminar a marcha indelével do amor de Cristo no coração (cf. Romanos 8, 35-37).

Se, ao contrário, percorrer um caminho de grandeza e de poder que o afastará de si próprio, permanecerá um chamado, alguém pelo qual ressoa constantemente a pergunta de Deus Pai: homem, «onde estás?» (Génesis 2, 9) e a possibilidade de conversão.

O erro ou o sucesso não tem importância, o que conta é a quem se pertence: «Não vos alegreis se os demónios se submetem a vós, mas por os vossos corações estarem escritos nos céus» (Lucas 10, 20).

 

Ir. Lara
In "Monastero di Bose"
Trad.: Rui Jorge Martins
Publicado em 06.09.2016 | Atualizado em 25.04.2023

 

 
Imagem Exortação aos apóstolos (det.) | James Tissot | Brooklyn Museum, Nova Iorque, EUA
Se o discípulo percorrer um caminho de grandeza e de poder que o afastará de si próprio, permanecerá um chamado, alguém pelo qual ressoa constantemente a pergunta de Deus Pai: homem, «onde estás?» e a possibilidade de conversão
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