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Diretor da Pastoral da Cultura vence Grande Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores

Imagem José Carlos Seabra Pereira

Diretor da Pastoral da Cultura vence Grande Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores

José Carlos Seabra Pereira, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, venceu o Grande Prémio de Ensaio “Eduardo Prado Coelho”, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores, pela obra “O delta literário de Macau”.

A distinção, no valor de 7500 euros, é patrocinada pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, que anunciou esta quarta-feira a decisão dos jurados.

O livro foi publicado em 2015, depois de o professor associado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra ter exercido as funções de docente convidado no Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa, do Instituto Politécnico de Macau.

«O resultado é excelente e preenche uma importante lacuna nos estudos de Literatura em língua portuguesa», realça o júri, constituído por António Apolinário Lourenço, Artur Anselmo e Maria João Reynaud, refere a página do município famalicense.

«Há muitas formas de Macau marcar presença na literatura. Pode ser uma presença quase episódica, remota, como um sinal de exotismo, de compensação ideológica. Depois há outras formas de presença mais fortes em que há uma representação literária de Macau como geografia física e humana, como meio de vida», declarou o docente à Lusa no início de 2015.

Entre os escritores estudados estão Henrique de Senna Fernandes, Deolinda da Conceição, Fernanda Dias, Fernando Sales Lopes e Carlos Morais José, explicou o professor de Literatura Portuguesa e de Teoria da Literatura.

"O delta literário de Macau" inclui também autores que se definem igualmente pela sua ligação a Macau e pela sua afirmação fora das fronteiras do território, como Camilo Pessanha e Maria Ondina Braga.

José Carlos Seabra Pereira sublinhou que «Pessanha é o maior nome do simbolismo português e um dos maiores do simbolismo europeu», e ao mesmo tempo é uma personalidade «fundamental da literatura de Macau» porque escreveu e publicou no território que até há 10 anos estava sob administração portuguesa.

«A sensibilidade ao que foram certas situações de grande carência e dificuldade, de crise humanitária em Macau na sequência da ocupação japonesa e da guerra do Pacífico», «o sentido da importância do fortuito em que, ora parece que não acontece nada, que estamos num ambiente onde há uma certa mesmice, e de repente há uma sensação de beleza e encanto» e a resiliência constituem três das temáticas comuns aos escritores estudados.

Em entrevista publicada a 29 de janeiro na página “Hoje Macau”, Seabra Pereira acentuou que a literatura do território, «quer a que se está a produzir agora, quer antes, na segunda metade do século XX, merece encontrar uma ressonância quer em Portugal quer noutros países».

Nascido no Luso, concelho da Mealhada, há 67 anos, José Carlos Seabra Pereira investiga e leciona nas áreas de Literatura Portuguesa Moderna, Estudos Camonianos, Estudos Pessoanos e Teoria Literária, tendo regido cadeiras de Língua Portuguesa, Técnicas de Expressão e Comunicação, bem como Temas de Civilização, Cultura e Artes.

Além de coordenador científico do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos, é membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, curador da Casa da Escrita, na mesma cidade, consultor e supervisor de vários projetos de investigação de Centros da Fundação da Ciência e Tecnologia e diretor da revista “Estudos”, publicada pelo Centro Académico de Democracia Cristã (CADC).

"Do fim-de-século ao tempo de Orfeu", "Neorromantismo na poesia portuguesa", "António Nobre: projeto e destino", "O tempo republicano da literatura portuguesa", "Aquilino - a escrita vital" e "Prismas identitários - Modernas representações literárias de Portugal", são algumas das obras que assinou, a par das edições críticas de Obras Completas de Gomes Leal, Raul Brandão, Alberto d'Oliveira, Manuel Laranjeira, Trindade Coelho e Florbela Espanca.

O Grande Prémio de Ensaio "Eduardo Prado Coelho” destina-se a galardoar anualmente uma obra de ensaio literário, em português e de autor português, publicada em livro, em primeira edição, no ano anterior ao da sua entrega.

Instituído em 2009, o galardão foi atribuído, nas edições anteriores, a Victor Aguiar e Silva, Manuel Gusmão, João Barrento, Rosa Maria Martelo, José Gil e Manuel Frias Martins.

 

Rui Jorge Martins
Com "Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão"
Publicado em 28.07.2016 | Atualizado em 25.04.2023

 

 
Imagem José Carlos Seabra Pereira
«A sensibilidade ao que foram certas situações de grande carência e dificuldade, de crise humanitária em Macau na sequência da ocupação japonesa e da guerra do Pacífico», «o sentido da importância do fortuito em que, ora parece que não acontece nada, que estamos num ambiente onde há uma certa mesmice, e de repente há uma sensação de beleza e encanto» e a resiliência constituem três das temáticas comuns aos escritores estudados
A literatura de Macau, «quer a que se está a produzir agora, quer antes, na segunda metade do século XX, merece encontrar uma ressonância quer em Portugal quer noutros países»
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