D. Manuel Martins | D.R.
O conselho de padres da diocese de Setúbal aprovou, por unanimidade, a criação da Fundação D. Manuel Martins, primeiro bispo de Setúbal, instituição «dedicada à cultura» que quer ter «abertura à sociedade».
A iniciativa aprovada a 21 de novembro pelo Conselho Presbiteral, presidido pelo bispo sadino, D. José Ornelas, «pretende manter viva a memória» de D. Manuel Martins, «bem como o seu pensamento e a sua ação», anuncia a página da diocese.
A par da «criação de um espaço-museu para guardar o espólio» do prelado, «nomeadamente, toda a correspondência», a fundação terá como missão «proteger todo o pensamento e ação social» de D. Manuel Martins.
Do caderno de encargos da instituição fará também parte «incentivar a criação de novos projetos com o carácter social» e publicar literatura com o «pensamento e intervenção social» do bispo.
D. Manuel Martins nasceu em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, em 20 de janeiro de 1927. Fez os seus estudos nos Seminários do Porto e na Universidade Gregoriana, em Roma.
Foi ordenado padre em 1951 e começou a atividade como professor de Direito Canónico no Seminário Maior do Porto, de que foi vice-reitor.
De 1960 a 1969 foi pároco de Cedofeita e, aquando do regresso do exílio de D. António Ferreira Gomes, bispo do Porto, foi nomeado vigário-geral da diocese. Em 1975 foi escolhido pelo papa Paulo VI para bispo de Setúbal.
Foi presidente da Comissão Episcopal da Ação Social e Caritativa, durante dois mandatos, e da Comissão Episcopal das Migrações e Turismo durante igual número de mandatos. Presidiu à secção portuguesa da Pax Christi e à Fundação Spes.
Após a resignação como bispo de Setúbal, em 1998, manteve-se uma referência atenta em relação aos problemas do mundo, intervindo em conferências, entrevistas e comentários nos meios de comunicação social, além de publicar livros. Faleceu a 24 de setembro deste ano.