O padre Ricardo Tavares é o novo diretor da Pastoral da Cultura na diocese açoriana de Angra, e nessa qualidade enviou uma carta aos sacerdotes diocesanos, desafiando-os a propor iniciativas e projetos para o sector.
«A Pastoral da Cultura não é protagonizada por, nem se dirige a elites. Ela consiste na reflexão e na ação que se designa por inculturação da fé, em duas dimensões: reconhecimento do mistério de Deus e dos valores verdadeiramente humanos no seio das culturas, como ponto de partida para o diálogo evangelizador, e no discernimento das fragilidades culturais e proposta de alternativas mais humanizadoras», refere o responsável na missiva, revelada ontem pela página diocesana.
A carta inclui um questionário com o pedido de indicação de temas e atividades a desenvolver, tendo em conta as orientações do Pontifício Conselho para a Cultura. O processo de auscultação, que deverá estar concluído no fim de outubro, contribuirá para conceber o planeamento do departamento.
O novo diretor, com mandato de três anos atribuído pelo bispo diocesano, D. António Sousa Braga, apela às estruturas da Igreja presentes nas nove ilhas do arquipélago para criarem uma equipa local da Pastoral da Cultura, composta por um membro do clero e leigos, com autonomia para desenvolver as atividades que considerarem oportunas.
A coordenação da Pastoral da Cultura na diocese ficará instalada na ilha de S. Miguel (a sede diocesana está na ilha Terceira), pelo que cada ouvidoria micaelense é convidada a propor sacerdotes e leigos para integrar o departamento.
Citando o papa Francisco, o padre Ricardo Tavares sublinha a necessidade de «superar duas possíveis tentações» na ação da Pastoral da Cultura: «Condenar tudo, cunhando a já conhecida frase todo o passado foi melhor, refugiando-nos em conservadorismos ou fundamentalismos; ou, pelo contrário, consagrar tudo, desautorizando tudo o que não tenha sabor a novidade, relativizando toda a sabedoria cunhada pelo rico património eclesial».
Ricardo de Jesus Vicente Tavares, de 40 anos, acumulará o cargo com a docência de Educação Moral e Religiosa Católica na Escola Básica e Integrada da Lagoa, na ilha de São Miguel.
Rui Jorge Martins