bspguy/Bigstock.com
O «contexto cultural» de hoje «é radicalmente diferente de há cinco séculos», pelo que se exige «um novo modo de estar ao pároco e às paróquias», considera o P. Tiago Freitas na tese de doutoramento que defendeu recentemente em Roma.
Em entrevista publicada hoje no semanário "Igreja Viva", suplemento do "Diário do Minho", o sacerdote bracarense defende que o modelo atual das paróquias «é inadequado» porque foi desenhado para um tempo dominado por uma «sociedade estática».
A investigação “Colégio de Paróquias – Um proto-modelo crítico para a paróquia da Europa Ocidental em tempo de mobilidade”, que obteve nota máxima na Pontifícia Universidade Lateranense, sustenta que a Igreja está a forçar que o paradigma antigo se torne válido para os dias de hoje, «o que não é».
A «chave de leitura» do atual contexto cultural é a «mobilidade», ao nível cultural, bem como nos domínios social, religioso e territorial.
«Tendo em consideração todas estas mobilidades, importava repensar a paróquia ou um modelo de paróquia que desse uma resposta a isso», aponta o P. Tiago Freitas, que propõe quatro «pilares» no novo modelo: hospitalidade, gestação, comunicação e memória.
Em vez de considerar a paróquia como «edifício, espaço ou comunidade onde o pastor e os paroquianos celebram a fé, fazem catequese e uma série de outras ações de evangelização», ela deve ser a realidade «onde, pela densidade da experiência humana, a Igreja deve estar presente», como um hospital, uma escola, ou um centro de culto.