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Leitura: "Cria em mim um coração puro - Uma resposta pastoral à pornografia"

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Imagem Capa | D.R.

A preocupação da Igreja «pelo disseminado problema da pornografia» na «cultura de hoje» está na origem do documento "Cria em mim um coração puro", da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, que vai ser apresentado esta quinta-feira, em Lisboa.

O texto publicado pela Lucerna, que tem como subtítulo "Uma resposta pastoral à pornografia", foi aprovado em novembro de 2015 pelo episcopado norte-americano com 230 votos a favor, quatro contra e uma abstenção.

«Muitas pessoas, incluindo dentro da Igreja, precisam da abundante misericórdia e cura de Cristo. A minha esperança é que esta declaração possa servir como fundação e catalisador para uma crescente atenção pastoral a este desafio a nível local e nacional», sublinhou o bispo Richard Malone, responsável pela Comissão Episcopal do Laicado, Matrimónio, Família e Juventude.

Nas primeiras linhas da introdução os prelados sublinham que «no confessionário» e no seu trabalho diário com as famílias, têm constatado «o dano corrosivo causado pela pornografia: crianças cuja inocência é roubada; homens e mulheres que sentem grande culpa e vergonha por ver pornografia ocasional ou habitualmente; cônjuges que se sentem traídos e traumatizados; e homens, mulheres e crianças explorados pela indústria da pornografia».



«Não é raro ouvir que o uso da pornografia se descreve como "normal" para os homens, implicando que estão "programados" para a ver. Muitas pessoas, mais homens que mulheres, não consideram que ver pornografia seja enganar, quer dizer, ser infiel ao próprio cônjuge, noiva ou noivo»



«Ainda que a produção e uso de pornografia tenha sido sempre um problema, nos últimos anos a sua incidência cresceu de maneira exponencial, em grande parte devido à internet e à tecnologia móvel. Alguns, inclusive, descreveram-na como uma crise de saúde pública», assinala o preâmbulo.

O texto sublinha que «todos, de alguma forma, veem-se afetados pelo aumento do uso de pornografia na sociedade» e todos sofrem «as consequências negativas da sua visão distorcida da pessoa e da sexualidade humanas».

A audiência do documento, «ampla porque a pornografia afeta a vida de muitas pessoas e exige um esforço concentrado de colaboração de todos para contrapor os danos que causa», dirige-se especialmente a «pais de família, clero, líderes diocesanos e paroquiais, educadores, profissionais de saúde mental e todos os que estejam em posição de ajudar a proteger as crianças da pornografia e curar os homens, mulheres e jovens que tenham sido prejudicados pelo seu uso».

Os bispos esperam que a declaração seja também útil «para os homens, mulheres e jovens que veem pornografia, quer seja ocasional ou habitualmente, ou que tenham sido vítimas da pornografia».



A generalização da pornografia e a facilidade de acesso à mesma fazem com que todos «sejam vulneráveis» e lembra que «muitas pessoas lutam» com o seu uso, «incluindo fiéis católicos, pessoas de fé, pessoas não crentes, pessoas casadas e solteiras, pais e mães, jovens e idosos, clero e pessoas de vida consagrada»



«Por último, dirigimo-nos a aliados religiosos e a todas as pessoas de boa vontade que queiram trabalhar juntos por uma cultura da pureza que faça valer a dignidade de cada pessoa e o carácter sagrado da sexualidade humana», refere a introdução do documento, a que os bispos quiseram acrescentar diferentes recursos pastorais.

O conteúdo da declaração começa por apresentar «uma visão genérica do ensinamento da Igreja sobre a sexualidade, a pessoa humana e a castidade», continuando com a explicação dos motivos pelos quais a pornografia é um pecado e nociva.

O texto inclui um estudo dos efeitos de longo prazo da pornografia na cultura, analisa os seus efeitos em homens, mulheres, jovens e crianças, propõe «uma palavra de esperança e de cura» a todos os que foram negativamente atingidos por ela e termina com um apêndice com recursos destinados a públicos particulares.

No quarto capítulo, "A omnipresença cultural da pornografia: panorama e tendências", sublinha-se que as «formas massivas de entretenimento hipersexualizaram-se»: «Novelas que em dado momento teriam sido classificadas como "eróticas" são agora a corrente predominante», e o fenómeno estende a «jogos de vídeo, letras de música, vídeos musicais, roupa e inclusive os disfarces tornaram-se cada vez mais sexualizados, incluindo o conteúdo dirigido a crianças e adolescentes».



O recurso à pornografia «é especialmente alto entre os adultos jovens», sublinhando-se que a idade média da primeira exposição é 11 anos, sendo os jovens do sexo masculino mais propensos do que as do sexo feminino a «verem conteúdo mais extremo antes dos 18 anos»



«A pornografia é frequentemente considerada erradamente como um passatempo inofensivo (usando eufemismos como "entretenimento para adultos" ou "clube de senhores") ou inclusive promovida como boa; por exemplo, como uma ajuda para a intimidade marital. Não é raro ouvir que o uso da pornografia se descreve como "normal" para os homens, implicando que estão "programados" para a ver. Muitas pessoas, mais homens que mulheres, não consideram que ver pornografia seja enganar, quer dizer, ser infiel ao próprio cônjuge, noiva ou noivo», assinala o documento.

O texto aponta que a generalização da pornografia e a facilidade de acesso à mesma fazem com que todos «sejam vulneráveis» e lembra que «muitas pessoas lutam» com o seu uso, «incluindo fiéis católicos, pessoas de fé, pessoas não crentes, pessoas casadas e solteiras, pais e mães, jovens e idosos, clero e pessoas de vida consagrada».

O recurso à pornografia «é especialmente alto entre os adultos jovens», sublinhando-se que a idade média da primeira exposição é 11 anos, sendo os jovens do sexo masculino mais propensos do que as do sexo feminino a «verem conteúdo mais extremo antes dos 18 anos».

A declaração propõe com mensagens de «esperança» dirigidas «às pessoas exploradas pela indústria da pornografia», «aos culpados de explorar outros através da produção de pornografia», aos homens e mulheres que recorrem a ela, «aos que foram feridos pelo uso da pornografia pelo seu cônjuge», aos pais, a quem trabalha com crianças e jovens, aos jovens, aos pastores e outros membros do clero e a«todas as pessoas de boa vontade».

"Cria em mim um coração puro" será apresentado a 27 de abril, às 19h00 na igreja paroquial Nossa Senhora da Porta do Céu, em Telheiras, pelo P. João Paulo Pimentel e Pedro Afonso.



 

SNPC
Publicado em 24.04.2017

 

Título: Cria em mim um coração puro - Uma resposta pastoral à pornografia
Autor: Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos
Editora: Lucerna (Principia)
Páginas: 64
Preço: 6,17 €
ISBN: 9789898809346

 

 
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