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Colóquio e nova coleção de livros evocam P. Luís Archer

Imagem P. Luís Archer | © António Monteiro/SNPC

Colóquio e nova coleção de livros evocam P. Luís Archer

O P. Luís Archer, a quem o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura atribuiu, em 2006, o Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes, vai ser evocado por ocasião do quarto aniversário da sua morte, com um colóquio e o lançamento de uma nova coleção de livros.

A conferência "Da Genética à Bioética: A vida e obra do P. Luís Archer S.J. (1926-2011)", decorre a 8 de outubro, na sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com entrada livre, contando com as intervenções de Henrique Leitão, Prémio Pessoa 2014, e Guilherme d'Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura, entre outros oradores.

O seminário tem como primeiro objetivo analisar e discutir os principais contributos científicos e a obra humanística de Luís Archer, «que envolveu assuntos tão variados como história e filosofia das ciências, ciência e religião e bioética», explica a nota de apresentação.

Na sessão de abertura, marcada para as 9h30, participam o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, o P. António Vaz Pinto, SJ, diretor da revista "Brotéria", Francisco Malta Romeiras, investigador da Universidade de Lisboa, e Henrique Leitão.

"Luís Archer e a história da genética molecular em Portugal" (Francisco Malta Romeiras) e "O dia a dia no laboratório de Luís Archer" (Hermínia de Lencastre, da Universidade Nova de Lisboa, e Graça Fialho e Graça Vieira, da Universidade de Lisboa) constituem os temas do primeiro painel, a começar às 10h00.

A segunda sessão, a partir das 11h45, centra-se na "Consolidação da genética molecular: o testemunho da terceira geração" (Ilda Santos, Isabel Sá Nogueira, da Universidade Nova), "Recordar o Professor Doutor Luís Archer, S.J." (José Rueff, Universidade Nova) e "Luís Archer e o diálogo entre Fé e Ciência" (Guilherme d'Oliveira Martins).

"Luís Archer e a história da bioética em Portugal" (Walter Osswald, do Instituto de Bioética do Porto) e "Luís Archer e o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida" (Michel Renauld, do mesmo organismo) são as conferências do terceiro painel, a partir das 14h30.

O programa termina com o lançamento do primeiro volume da "Obra Selecta do P. Luís Archer, S.J.", em conversa agendada para as 16h30, com os editores científicos da coleção, Francisco Malta Romeiras e Henrique Leitão, acompanhados pelo P. José Frazão Correia, provincial da Companhia de Jesus (Jesuítas), a que pertencia o padre e investigador.

«A "Obra Selecta do P. Luís Archer, S.J." inicia-se com a publicação do volume dedicado à “História e Filosofia das Ciências”. Nos primeiros artigos, publicados nos anos 50, quando ainda era estudante de filosofia e de teologia, o autor analisa criticamente as consequências filosóficas e científicas da ciência marxista, do materialismo dialéctico, do "mitchurinismo" e da nova genética russa», lê-se na apresentação do livro.

«Nas décadas seguintes, o foco da sua atenção desloca-se para a história da genética e, em particular, da genética molecular, sendo especialmente relevantes, pelas suas características testemunhais e pelas suas descrições bastante pormenorizadas, os artigos autobiográficos sobre os "Vinte anos de genética molecular em Portugal" e sobre os "Vinte e cinco anos de genética molecular". A partir dos anos 80 sobressaem as reflexões sobre as relações entre ciência, cultura e ficção, a mitificação da ciência e a emergência do Tecnocosmos», indica o texto.

Luís Archer «foi uma eminente figura da ciência e da cultura portuguesa na segunda metade do século XX. Reconhecido principalmente pela introdução do ensino e da investigação em genética molecular» em Portugal, «destacou-se também pelo impulso que deu aos estudos de bioética», salientam os organizadores do colóquio.

O seu nome ficou também associado «à fundação e direção do laboratório de genética molecular do Instituto Gulbenkian de Ciência, à série científica da revista "Brotéria", que dirigiu durante quarenta anos, à Sociedade Portuguesa de Genética, a várias outras sociedades e academias científicas que integrou, e, ainda, às importantes comissões nacionais e europeias de bioética em que participou ativamente», assinalam.

«Já é muito que seja um sacerdote exemplar, tão exemplificativo do que a Companhia de Jesus tem oferecido a Portugal e ao Mundo, nas fronteiras árduas da missão científica, tanto ou mais do que a territorial. Já é muito e muitíssimo que a sua alma sacerdotal se desdobre em atuações pastorais específicas, do mundo juvenil ao renovamento carismático, entre outras mais», afirmou o cardeal-patriarca D. Manuel Clemente, então bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, na cerimónia de entrega do Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes.

Na sessão, que decorreu a 27 de novembro de 2006 na Universidade Católica, em Lisboa, o prelado enalteceu também «o gosto pela música e a sensibilidade artística» de Luís Archer, bem como a reflexão teológica desenvolvida com «rigorosa independência de campos e métodos».

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 29.09.2015

 

 
Imagem P. Luís Archer com o Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes | © António Monteiro/SNPC
Luís Archer «foi uma eminente figura da ciência e da cultura portuguesa na segunda metade do século XX. Reconhecido principalmente pela introdução do ensino e da investigação em genética molecular» em Portugal, «destacou-se também pelo impulso que deu aos estudos de bioética»
O seu nome ficou também associado «à fundação e direção do laboratório de genética molecular do Instituo Gulbenkian de Ciência, à série científica da revista "Brotéria", que dirigiu durante quarenta anos, à Sociedade Portuguesa de Genética, a várias outras sociedades e academias científicas
«Já é muito que seja um sacerdote exemplar, tão exemplificativo do que a Companhia de Jesus tem oferecido a Portugal e ao Mundo, nas fronteiras árduas da missão científica, tanto ou mais do que a territorial»
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