Um ciclo cinematográfico com os detidos, e não para os detidos: é este o espírito que anima a iniciativa promovida por várias associações eclesiais e culturais da cidade italiana de Génova.
Entre os organismos envolvidos está o Cineclub Nickelodeon, nascido em 1969, e que além de possuir uma sala de cinema na paróquia de Nossa Senhora da Consolação, organiza iniciativas e ações formativas relacionadas com a Sétima Arte.
«A ideia de um projeto cultural que envolvesse diretamente os detidos e não os deixasse apenas como espetadores passivos nasceu juntamente com outras realidades que operam no âmbito social, como a Cáritas e a Comunidade de Santo Egídio, explicou o vice-diretor, Enrico Cimaschi.
Por seu lado, Marco Arata, da Comunidade de Vida Cristã, sublinhou a importância do projeto no contexto do processo de recuperação de pessoas detidas.
«Um dos nossos objetivos é sensibilizar a opinião pública e as instituições a considerar a prisão não como o fim de um percurso falhado realizado por algumas pessoas, mas um momento após o qual se pode recomeçar, tanto quanto possível, uma vida normal», afirmou.
Cimaschi esclareceu que a penitenciária de Marassi selecionou alguns detidos, com os quais foram visionados alguns filmes, para que mais tarde escrevam a folha de sala a ser colocada à disposição do público que frequentar o ciclo cinematográfico, que decorrerá na primavera, tanto dentro da prisão como fora dela, no cineclube.
O tema da mostra será a autoajuda, em particular em momentos difíceis da vida em que é urgente recomeçar, desafio que se coloca seguramente às pessoas detidas, bem como, de uma forma ou outra, a todos os seres humanos.
In "Avvenire"