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Basílica de Lyon expõe presépio alentejano com mais de 300 figuras

Imagem Foto: Basílica de Fourvière | D.R.

Basílica de Lyon expõe presépio alentejano com mais de 300 figuras

A basílica de Nossa Senhora de Fourvière, em Lyon, acolhe entre hoje e 4 de janeiro um presépio composto por mais de 300 figuras históricas que a diocese de Beja levou à segunda maior cidade francesa.

O santuário, muito frequentado ao longo do ano, ganha vida ainda mais intensa no Natal, em parte por causa da presença de um monumental presépio, erguido em lugar de destaque, no interior da basílica, refere uma nota de imprensa enviada ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

O Museu de Arte Sacra de Fourvière seleciona todos os anos um país para a montagem do presépio, tendo em 2014 escolhido Portugal, e, em particular, o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja.

A inauguração decorre sob a presidência do cardeal Philippe Barbarin, arcebispo de Lyon e primaz de França, com a participação das instâncias oficiais e afluência de populares,« já que a visita do presépio de Fourvière, uma tradição local, suscita sempre extraordinário entusiasmo, sendo amplamente noticiada pela comunicação social».

«A eleição da Diocese de Beja para erguer um presépio alentejano no principal santuário de Lyon constitui uma grande honra para a nossa região e uma oportunidade deveras importante para darmos a conhecer os tesouros artísticos e religiosos de Portugal», salientou Sara Fonseca, responsável pelo Departamento do Património da Diocese de Beja.

«Formado por cerca de 300 figuras históricas, na sua maioria emprestadas por famílias do Baixo Alentejo, o presépio, com a forma de um outeiro, terá a altura aproximada de três metros e recria a tradição, oriunda dos tempos do Barroco, com grutas, socalcos, fontes, rebanhos, moinhos, searas, montes (as características herdades alentejanas), uma banda e outros motivos característicos do quotidiano, rural e urbano, do interior do país», explica a nota.

O projeto artístico é da responsabilidade do arquiteto Ricardo e dos “designers” Beatriz Horta Correia e Miguel Gaspar, com a colaboração de paróquias e museus alentejanos.

«A velha prática de se montarem elaborados presépios, com muitas centenas de elementos, em igrejas e casas particulares, começou a perder-se, nos últimos anos, quando o Natal se comercializou e banalizou», observa José António Falcão, ligado ao Departamento do Património.

«Uma iniciativa como esta, que parte do seio da sociedade civil e aglutina muitos amigos do património da Diocese de Beja, representa um sinal de vitalidade da arte sacra alentejana, mas alerta para uma tradição prestes a extinguir-se, adulterada pela metamorfose consumista do Natal, algo que põe em causa a sua dimensão mais íntima, comunitária e familiar», acentua.

Paralelamente à exposição temporária do presépio, que se realiza sob a égide do Consulado-Geral de Portugal em Lyon, terão lugar outros eventos de carácter cultural, entre os quais um encontro sobre o cante alentejano, que a Unesco declarou, esta quinta-feira, património imaterial da humanidade.

Colóquios, gastronomia, música e contactos com instituições locais e regionais completam o programa.

A diocese de Beja recebeu em 2010 o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, em parceria com a Renascença, para distinguir a «forma criativa e empenhada» como tem colocado a cultura como «campo prioritário da missão da Igreja», em especial através do percurso realizado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico.


 

Edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 28.11.2014 | Atualizado em 29.04.2023

 

 
Imagem Foto: Basílica de Fourvière | D.R.
Uma iniciativa como esta, que parte do seio da sociedade civil e aglutina muitos amigos do património da Diocese de Beja, representa um sinal de vitalidade da arte sacra alentejana, mas alerta para uma tradição prestes a extinguir-se
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