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Bartolomeu I, patriarca ecuménico de Constantinopla, encontra-se com papa Francisco: O diálogo enriquece, não tira nada

«Com o coração repleto de alegria, estamos mais uma vez na Cidade Eterna, a Antiga Roma, para encontrar o nosso irmão, o papa Francisco, trocar com ele o beijo da paz e debatermos juntos questões importantes que dizem respeito à humanidade sofredora.»

Da mais bizantina das basílicas romanas, a dos Santos Doze Apóstolos, que guarda as relíquias de Filipe de Betsaida e Tiago "menor", primeiro bispo de Jerusalém, foi aberta com estas palavras na tarde de quarta-feira a visita a Roma do patriarca ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I, que hoje se encontra em privado com o papa Francisco.

A passagem pelo Vaticano, na qual se prevê uma saudação ao papa emérito Bento XVI, culminará no próximo sábado por ocasião da conferência internacional promovida pela Fundação Centesimus Annus a propósito do 25.º aniversário da fundação. A par de Francisco e do secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, Bartolomeu proferirá a alocução intitulada "Uma agenda cristã comum para o Bem Comum".

É significativo que a viagem a Roma de Bartolomeu se tenha iniciado com um momento de oração na basílica dos Santos Doze Apóstolos, confiada aos cuidados dos franciscanos menores conventuais, considerada uma ponte entre Oriente e Ocidente, onde, por vontade do imperador Justiniano e do papa Pelágio, repousam as relíquias dos dois apóstolos e mártires, trazidas há 1500 anos de Constantinopla.

O convite a fazer-se peregrino a esta igreja irmã, guardiã dos mártires da Igreja das origens foi originado em maio de 2017, no decorrer de uma viagem a Esmirna, atual Turquia, quando uma delegação de frades acompanhada pelo pároco da basílica entregou duas relíquias do apóstolo Filipe ao patriarca de Constantinopla.



«Possamos viver continuamente este sentimento de cada vez que tivermos a possibilidade de nos encontrarmos com o nosso irmão bispo de Roma, mas também quando encontrarmos cada um de vós, amados irmãos e irmãs do Senhor, para não podermos não nos deslumbrarmos com as maravilhas que Deus opera a cada dia em cada um de nós»



Depois de ter venerado as relíquias na basílica dos Santos Apóstolos, Bartolomeu, na sua intensa intervenção, falou do «íntimo deslumbramento do apóstolo Filipe», que, como é narrado no Evangelho segundo João, corre a chamar Natanael, indo juntos ao encontro de Jesus.

«O deslumbramento oferece uma relação viva com Deus, não é encanto, mas um deixar-se invadir pela "koinonia" [comunhão] do amor trinitário.» É esse «"deslumbramento inicial pelas coisas de Deus» que depois na Igreja nascente «se faz encontro, diálogo, comunhão no concílio dos apóstolos em Jerusalém, prossegue na história da Igreja no Oriente como no Ocidente, manifesta-se em toda a sua tradição, que "não é uma soma de postulados aprendidos de cor, mas uma experiência vivida", como escreve o P. Dimitri Stanilaoe.» «Deslumbramento, relação, comunhão, portanto amor de Deus», afirmou o patriarca ortodoxo.

«Por isso - prosseguiu - viemos da Igreja do Oriente para nos deslumbrarmos com a Igreja do Ocidente.» «Possamos viver continuamente este sentimento de cada vez que tivermos a possibilidade de nos encontrarmos com o nosso irmão bispo de Roma, mas também quando encontrarmos cada um de vós, amados irmãos e irmãs do Senhor, para não podermos não nos deslumbrarmos com as maravilhas que Deus opera a cada dia em cada um de nós. E se nos encontramos, a nossa relação torna-se plena, podemos falar, podemos simplesmente dialogar, sem nos isolarmos em atitudes defensivas, ou pior, de fechamento e de suspeita, mas também sem nada tirar à nossa consciência e fidelidade à nossa Igreja.»

«Estamos certos - concluiu Bartolomeu - que o diálogo enriquece, faz superar as divergências, faz compreender o pensamento do outro e nada tira a quem entra em diálogo. Por isso só podemos deslumbrarmo-nos com o progresso do diálogo teológico entre as nossas Igrejas e das relações existentes.

No termo da oração, os presentes veneraram juntos o ícone grego de Maria: a «Virgem feita Igreja», como gostava de a chamar S. Francisco.


 

Stefania Falasca
In Avvenire
Trad: SNPC
Publicado em 24.05.2018 | Atualizado em 10.10.2023

 

 
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