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Amargura, tristeza, lamentos e rancor fecham a porta a Deus, afirma papa

Amargura, tristeza, lamentos e rancor fecham a porta a Deus, afirma papa

Imagem azur13/Bigstock.com

O conforto que Deus oferece encontra muitos obstáculos em quem alimenta a amargura, a tristeza e o rancor, ao mesmo tempo que cultiva a lamentação, sublinhou hoje o papa na missa a que presidiu, no Vaticano.

As palavras de Francisco basearam-se na primeira leitura bíblica proclamada nas missas desta segunda-feira (Isaías 35, 1-10), que começa com um convite ao júbilo: «Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida, cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria».

«Não é fácil deixar-se consolar; é mais fácil consolar os outros do que deixar-se consolar. Porque, muitas vezes, estamos agarrados ao negativo, à ferida do pecado dentro de nós e, muitas vezes, preferimos permanecer assim, sozinhos», afirmou o papa, que contrapôs à letargia do desânimo o apelo de Jesus: «Erguei-vos».

Francisco referiu-se ao «prémio Nobel das lamentações» na Bíblia, o profeta Jonas, que em vez de se alegrar pela conversão das pessoas lastimava que Deus as salvasse, tendo destacado que perante a amargura e o rancor, a palavra da Igreja é «coragem».

O papa evocou também um sacerdote idoso de quem se dizia que «era muito misericordioso» no confessionário mas tinha uma tendência irreprimível para «o negativo».

«Os seus companheiros de presbitério diziam que, aquando da sua morte, quando fosse para o céu, “a primeira coisa que diria a S. Pedro, em vez de o saudar, seria perguntar ‘onde é o inferno?’. E S. Pedro mostrou-lhe o inferno. ‘Mas quando condenados estão cá?’ ‘Só um.’ ‘Ah, que desastre, a redenção’”», comentou Francisco.

No Evangelho de hoje (Lucas 5, 17-26) é narrado o episódio do paralítico que, através de um catre, é descido desde o telhado para dentro da casa onde uma multidão se juntava para estar com Jesus, de modo a poder ser curado por Ele: «A mensagem da Liturgia de hoje é a de deixar-se consolar pelo Senhor», apontou.

«Não é fácil porque deixar-se consolar pelo Senhor exige que nos despojemos dos nossos egoísmos, das coisas de fazemos tesouro, seja a amargura, sejam as lamentações, seja tanta coisa», afirmou.

A terminar, o papa propôs um exame de consciência para hoje: «Como é que está o meu coração? Tenho alguma amargura? Tenho alguma tristeza? Como é a minha linguagem? É de louvor a Deus, de beleza, ou sempre de lamentação?».

«E pedir ao Senhor a graça da coragem, porque na coragem Ele vem consolar-nos», recusando fazer parte daqueles para quem «é mais belo o amargo do que a doçura», declarou Francisco, que esta manhã deu início à 22.ª reunião do Conselho de Cardeais, agendada até quarta-feira.



 

SNPC
Fonte: Rádio Vaticano
Publicado em 11.12.2017

 

 
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