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“A lei do mercado”: Estreia em Portugal «melhor filme europeu» de 2015

Imagem A lei do mercado | Fotograma | D.R.

“A lei do mercado”: Estreia em Portugal «melhor filme europeu» de 2015

“A lei do mercado”, do realizador francês Stéphane Brizé, considerado o melhor filme europeu de 2015 para a Signis – Associação Católica Mundial para a Comunicação, vai estrear em Portugal na próxima quinta-feira, 28 de abril.

O filme de 92 minutos conta a «história de um homem à procura de trabalho que experimenta a dura lógica da economia de mercado, que esmaga os indivíduos e os coloca em competição uns com os outros», declara uma nota da Signis, de que o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura é membro.

«Perante um difícil dilema moral, o protagonista mostra, com grande simplicidade, que é sempre possível recusar aceitar o que demasiadas vezes passa como normal», assinala a Signis.

Aos 50 anos, após 18 meses de desemprego, Thierry, pai de um jovem com deficiência, consegue colocação como segurança num supermercado, mas é colocado perante um escolha penosa quando lhe pedem para espiar os colegas.

«Os campos de batalha das sociedades ocidentais contemporâneas são financeiros. O dinheiro regula, os economistas decidem, a bolsa aprova, os bancos impõem e o cidadão sofre as consequências. Sobretudo quanto tem mais de 50 anos, não acabou de pagar a sua casa e tem uma poupança em queda. Thierry foi despedido da empresa onde trabalhava após vários anos, para que os acionistas realizassem uma operação financeira», assinala a Signis na crítica feita ao filme, em maio de 2015.

Para Magali Van Reeth, que assina o texto, “A lei do mercado” «é uma denúncia violenta de um percurso esgotante e humilhante para reencontrar um emprego, mas sobretudo para salvar a sua dignidade, a sua autoestima quando a violência social e económica é tão poderosa. Como permanecer bom quando se tem medo de perder a sua casa e quando, como se não bastasse, o velho automóvel se avaria? Como permanecer digno quando o patrão manda vigiar os seus colegas, em nome da rentabilidade?».

«Vincent Lindon, de quem se aprecia, filme após filme, o trabalho humilde e poderoso que investe nos seus papéis, é impressionante, e poucos atores seriam tão credíveis a representar um desempregado de longa duração», escreveu a atual diretora da Signis Europa, acrescentando que o realizador soube revelar no protagonista «a força da interpretação».

Stéphane Brizé «soube também criar, com os outros atores, todos amadores, uma harmonia onde Vincent Lindon se funde no grupo, sem nunca evocar a vedeta em que ele se tornou no cinema francês», assinala Magali Van Reeth, recordando que o filme foi realizado com um orçamento mínimo mas «respeitando a tabela sindical para todos os atores e técnicos».

No Festival de Cannes de 2015, o filme recebeu uma menção honrosa atribuída pelo Júri Ecuménico e Vincent Lindon ganhou o prémio para melhor ator. Na Argentina, no Festival do Mar del Plata, o júri Signis também o premiou.

“Minha mãe”, do italiano Nanni Moretti, vencedor do Prémio Ecuménico no último Festival de Cannes, ficou em segundo lugar na escolha da Signis, senso seguido por “Filho de Saúl”, do húngaro László Nemes.

A Signis atribui desde 2008 um prémio para o melhor filme do ano, galardão que tem como objetivo promover e criar interesse pelos filmes europeus que se destacam pela sua qualidade cinematográfica, bem como pelo valor do tema desenvolvido pelo realizador.

A película vencedora foi escolhida através de votação dos membros da Signis Europa, entre os quais se encontra Inês Gil, membro do Grupo de Cinema do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, que integrará o júri do prémio Árvore da Vida, da Igreja católica, no IndieLisboa, festival de cinema independente que começou esta quarta-feira e termina a 1 de maio.

Também para Inês Gil o filme “A lei do mercado” foi o melhor dos que chegaram à segunda ronda da votação, seguido por “45 anos”, de Andrew Haigh, e “Filho de Saúl”.

 




 

Rui Jorge Martins
Publicado em 22.04.2016

 

 

 
Imagem Póster | D.R.
“A lei do mercado” «é uma denúncia violenta de um percurso esgotante e humilhante para reencontrar um emprego, mas sobretudo para salvar a sua dignidade, a sua autoestima quando a violência social e económica é tão poderosa
A Signis atribui desde 2008 um prémio para o melhor filme do ano, galardão que tem como objetivo promover e criar interesse pelos filmes europeus que se destacam pela sua qualidade cinematográfica, bem como pelo valor do tema desenvolvido pelo realizador
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