Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura - Logótipo
secretariado nacional da
pastoral da cultura
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura - Logótipo
secretariado nacional da
pastoral da cultura

Deus, «que tiveste tantos sonhos sobre mim», diz-me como voltar a ti

Deus, «que tiveste tantos sonhos sobre mim», diz-me como voltar a ti

Imagem PsychoShadow/Bigstock.com

A desilusão e até as lágrimas de Deus quando cada ser humano se afasta dele, para procurar a felicidade noutros interesses, estiveram no centro da homilia que o papa proferiu hoje, na missa a que presidiu, no Vaticano.

A intervenção de Francisco baseou-se no primeiro excerto da Bíblia proclamado nas eucaristias desta quinta-feira (Êxodo 32, 7-14), em que o povo substituiu o culto a Deus por um ídolo, que evocaram através de um bezerro de metal.

O profeta Baruc «tem uma frase que retrata bem este povo: "Vós esqueceste-vos de quem vos criou"», frisou o papa, acrescentando: «Esquecer Deus que nos criou, que nos fez crescer, que nos acompanhou na vida, esta é a desilusão de Deus».

«Muitas vezes, no Evangelho, Jesus nas parábolas fala daquele homem que faz uma vinha e depois falha porque os operários querem tomá-la para si. No coração do homem há sempre esta inquietação. Não está satisfeito de Deus, do amor fiel. O coração do homem tende sempre para a infidelidade. E esta é a tentação», afirmou.

O profeta censura o povo que «não tem constância, não sabe esperar, perverteu-se», distanciando-se de Deus para abraçar outros deuses, uma advertência que é de todos os tempos.

«Também nós somos povo de Deus e conhecemos bem como é o nosso coração, e a cada dia temos de retomar o caminho para não escorregar lentamente para os ídolos, para as fantasias, para a mundanidade, para a infidelidade», observou.

Francisco propôs aos fiéis uma interrogação dirigida a Deus em forma de oração e meditação: «Creio que hoje nos fará bem pensar no Senhor desiludido: "Diz-me, Senhor, estás desiludido comigo?" Certamente que sim. Mas pensar e fazer esta pergunta».

«Quantos ídolos eu tenho de que não sou capaz de me libertar, que me escravizam? Essa idolatria que temos dentro de nós. E Deus chora por mim», prosseguiu o papa.

A terminar, um convite: «Pensemos hoje nesta desilusão de Deus que nos fez para o amor, e nós andamos a procurar o amor, o bem-estar, noutros lugares, e não o amor dele. Afastamo-nos deste Deus que nos criou. E este é um pensamento de Quaresma. Far-nos-á bem».

«E isto, fazê-lo todos os dias, um pequeno exame de consciência: "Senhor, Tu que tiveste tantos sonhos sobre mim, eu sei que me afastei, mas diz-me onde, como, para voltar". E a surpresa será que Ele nos espera sempre, como o pai do filho pródigo, que o vê chegar de longe, porque o esperava», concluiu Francisco.



 

Alessandro Gisotti
In "Rádio Vaticano"
Edição: SNPC
Publicado em 30.03.2017

 

 
Relacionados
Destaque
Pastoral da Cultura
Vemos, ouvimos e lemos
Perspetivas
Papa Francisco
Teologia e beleza
Impressão digital
Pedras angulares
Paisagens
Umbrais
Mais Cultura
Vídeos